Tenho que dizer
Calma, não se assustem, não irei falar de nenhuma bomba atômica que está perto de ser detonada. Falarei da falta de segurança que nos cerca e nos aprisiona. Afinal, somos livres encarcerados. A referência que cabe aqui não é apenas às violências praticadas espontaneamente pelos homens entre si, mas aquelas involuntárias, advindas de alguma resposta do meio ambiente, ou simplesmente de falha humana ou mecânica. Por onde andar? Terra, água ou ar? Até rimou, mas na verdade, a harmonia que presenciamos é conseguida apenas nas palavras. O mundo constantemente pára! Pára e assiste alguma tragédia, natural ou não, em algum lugar do planeta. Os otimistas e passivos dirão que tudo tem um lado bom, e o desse momento pelo qual a terra está passando é o clima do meio e o stress dos homens, curados naturalmente com o tempo. Os realistas assumirão a contribuição vergonhosa que deram a terra, e reconhecerão que tudo o que seu corpo e o corpo da sua família sente, é fruto de uma semente podre que plantou. A natureza não perdoa. Mostra-se dona e controladora de tudo o que é seu por direito. Corrige o que tem pra corrigir, repõe o que deve ser reposto, e vai levando tudo na mais perfeita ordem. Estou falando da sua ordem, aquela que é o seu limite, da mesma forma que nós homens. Nos últimos dias, presenciamos a fúria dessa natureza. Quem mandou "judiar" da mãe? Ela era assim: protetora, acolhedora, fornecedora, tranqüilizante e linda. Seu corpo e sua essência foram afetados ao máximo. Ele teve que explodir. Os desastres naturais desalojam, destroem, machucam e matam milhões de pessoas em todo mundo. E nós, frágeis mortais, devemos reconhecer e tentar contornar essa situação. Quem precisa preservar a mãe natureza somos nós, mas não somos nós quem controla as suas reações. A lei é clara, toda ação tem uma reação. Além, muito além dessa violência que praticamos contra o meio ambiente e que ele nos devolve na mesma ou maior proporção, é a falta de segurança a qual estamos expostos. Não sabemos como andar. Se nadamos ou voamos. Estamos presos, completamente inseguros. Tragédias ocorrem constantemente nas estradas. Famílias são quebradas sem ao menos uma chance de voltarem atrás. Se adentramos a guerra no trânsito, devemos saber que não conhecemos os nossos inimigos. Inimigos mesmo, porque eles não têm dó e não sabem a proporção de suas atitudes no trânsito. Voar virou sinônimo de atraso e queda. Quando pensamos que todo o caos aéreo acabou, surgem novas situações que reforçam a incompetência do planejamento do tráfego aéreo brasileiro. De quem é a culpa, ou melhor, existe alguém responsável pelo planejamento destes vôos? Nas situações que presenciamos, não estranharia dizerem que não. Mas às vezes alguns aviões conseguem decolar, e também, às vezes alguns aviões caem em alguma mata, ou perde o controle e bate em algum prédio. Vejam a que ponto chegamos. Podemos oferecer opções: ou atrasa, ou cai em alguma mata, ou o avião bate. Sejamos justo, também podemos ter a sorte de sermos livrados de todas as três opções. Por último, e espero que seja a última vez que alguém se manifeste por uma coisa tão óbvia que é o nosso direito à segurança, devemos nos reportar às questões essenciais para nossas vidas e que já conhecemos desde sempre, e fazermos a seguinte reflexão: "Cabe a nós zelarmos pelo meio em que vivemos, cabe a nós curarmos suas feridas causadas por nós, cabe a nós protestarmos a falta de segurança nas estradas e no ar, cabe a nós olharmos para o futuro e cabe a nós sermos felizes"